Quando participei pela primeira
vez de um fanzine tinha 16 anos, não imaginava que a minha relação com a arte
do papel xerox fosse durar tanto tempo
já que hoje, somo 34 primaveras. Jamais pensei que
um dia seria convidado a falar sobre os zines que já fiz, e que ficaria na mira
de vários olhos juvenis e curiosos por saber os procedimentos para tal criação.
Tais coisas ocorreram no dia 20 de novembro, no SENAC de Jaboticabal.
Cheguei a Jaboticabal com certa
antecedência. Tempo necessário para dar uma volta pela cidade. Conhecer a praça
central, esticar em um banco e tomar uma cerveja. A oficina estava marcada para
as 14h00. Fui recebido por Elber Corrêa
que me apresentou para o resto da equipe na biblioteca onde seria a oficina.
Dado o horário, passados talvez
alguns minutinhos, chegaram os alunos acompanhados de sua professora e
iniciamos a oficina. Os jovens
espalharam-se pela biblioteca e olhavam curiosos para os fanzines que deixei
sobre duas mesas. Após me apresentar e falar um pouco sobre a história dos
fanzineiros no Brasil e no Mundo, deixei-os revirar os zines e entrar em
contato direto com os papéis xerocados e dobrados, alguns já amarelados pelo
tempo.
Depois exibi um vídeo com fotos
da criação de um dos fanzines do âncora, na casa de um dos editores, Leandro, que
infelizmente não pôde comparecer ao SENAC nesse dia. Fotos que mostravam todo
ambiente de criação de um fanzine. Após
conversamos mais ainda sobre o tema e tirar dúvidas de alguns e descobrir os
talentos entre a turma, seja no desenho, colagens, contos, crônicas e poesia,
iniciamos a bagunça organizada em que cada um passou a viver sua criatividade. Enquanto
um recortava, outro escrevia, e dois discutiam e outro colava.
E assim se foi mais uma oficina
do Âncora. Valeu Elber, Leonardo e todos do SENAC. Obrigado pelo espaço.
Saudades dessa garotada esperta.
João
Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É
professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra,
baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança,
e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o
pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de
amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação
supera a razão.