domingo, 25 de setembro de 2011


ÂNCORA AO MAR!!!!!!!!!!!!!!!!



Olá marujos!!!!! Este é o ÂNCORABLOG. Sejam todos bem vindos a bordo. O objetivo do blog é o  mesmo do fanzine, que teve seu último número lançado em janeiro de 2007. Servir de âncora para toda e qualquer manifestação: literatura, música, política... O fanzine também voltará a ser feito e distribuído em eventos culturais aqui na região de Ribeirão Preto e quem sabe até mais longe. Naquele mesmo formato. Clássico dos fanzines. A volta de âncora zine será uma compilação com textos antigos e textos novos. De volta ao blog, quero dizer que já há algum tempo desejo deixar meus contos, crônicas e poesias a disposição na internet, mas sou preguiçoso e deixo tudo para os 45 do segundo tempo.  Para começo de conversa vou deixar um conto meu por aqui. Todos os contos e poemas que deixar por aqui serão posteriormente lançados em meu livro “ Dobrando a esquina”. Interessados em participar do blog com contos, crônicas, poemas, manifestos...entrem em contato comigo. Se alguém souber por onde anda Leandro Rosa Felix e Murilo de Paula coloque-os em contato com esse blog, afinal os dois me ajudaram a criar o âncora Zine nos tempos de faculdade.  Ok marujos, descansar.

O sumiço de Andréia

Andréia jamais se levantava da cama antes que o sol atingisse o centro do céu. Por mais que o mundo lá fora pedisse sua presença. Porém, num dia atípico, daqueles que dificilmente acontecem, ninguém sabe se por insistência dos carros e motos que roncavam na sua rua, resolveu levantar-se de sua cama. Toda casa se surpreendeu. As pantufas aos pés da cama quase morreram com o susto, arrepiaram suas pelúcias e esconderam-se apavorados.  Os pés de Andréia tocaram o chão e ambos sentiram-se gelados. E lá se foi ela, vestindo a camisola dada pela sua avó, transpassando e respirando o ar da manhã e bastante surpresa com a novidade. Pelo corredor, as paredes perguntavam aos quadros nelas pregados, o que sua dona estaria fazendo acordada tão cedo. O medo do diferente tomava toda casa. Todos tentavam uma explicação para o absurdo daquela manhã. Andréia caminhou pelo corredor estreito e mal iluminado como todo resto da casa. Procurava a porta da rua, mas a chave se escondia atrás do pinguim de geladeira. Seus pais com o barulho causado pelos inusitados passos se levantaram e foram correndo ver o que estava acontecendo. Andréia já havia encontrado a chave fujona e destrancado o portão  que durante muito tempo lhe escondera a visão de qualquer horizonte e  apresentava a seus virgens olhos azuis o negro viril do asfalto. O sol a contemplava serena e lhe exibia seu desprezo de rei.  Nunca mais voltou depois daquela manhã.  Seus pais resolveram trancar a porta de seu quarto para sempre. Tiraram de dentro dele somente as lembranças que guardaram no fundo de seus corações. Tirando-as de lá apenas nos dias em que a saudade aparecesse para fazer sua incomoda visita. Hoje, nem a polícia mais procura por Andréia. É como se ela nunca tivesse existido. No interior de seu quarto nem sua cama, aparelho de som, livros e cds se lembram dela, porque afinal, seus pais tiraram-lhes as lembranças e deixaram  em seu lugar somente a companhia insólita do tédio, que não quer saber mais de ir embora.


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