quarta-feira, 22 de maio de 2013

É apenas Rock

O que me motivou a escrever esse texto foi a história contada por um amigo que num domingo de  manhã
( bandas de rock não deveriam ensaiar num domingo de manhã ) foi ensaiar com sua banda na companhia de três latas de cerveja. Um dos integrantes da banda o repreendeu e disse: “ cara, isso aqui é sério!!!” Se estivesse no lugar desse amigo responderia: “ desculpe, mas pensei que isso fosse apenas rock...”
Rock não e coisa séria, nunca foi. Pense nas maiores bandas de rock que já existiram. Quem ali era sério? Eram sim descontentes. Não queriam passar suas vidas trancados dentro de normas e padrões. Muitas bandas acabaram justamente quando um dos integrantes, deslumbrado pela fama, resolve burocratizar a relação de amizade e companheirismo e passa a cobrar dos demais regras comuns a uma empresa. Algumas dessas grandes bandas podem ainda existir, mas não são nem de longe o que eram quando simplesmente tocavam suas músicas sem se preocupar com os julgamento e interesse de possíveis empresários. O público que curte rock, sabe reconhecer quando uma banda é honesta. E é para o público que se toca.
Quando toco minha bateria não penso em nada. Eu sou a música que toco naquele momento. As baquetas são uma extensão de meus braços. Faço isso porque gosto. Fiquei dois anos sem tocar por desgosto. Porque as bandas em que tocava antes se burocratizaram e tornaram-se cínicas e perversas. Espero que isso não aconteça de novo.
Cumpro normas e padrões de segunda à sexta-feira. Por mais que eu ame minha profissão, sei de minhas responsabilidades. Não falo e nem faço tudo o que penso nesses dias. O trabalho exige uma postura que se aprende a duras penas. Não quero reproduzir isso nos meus finais de semana. Quero ser eu mesmo. Quero tentar ser feliz. O rock é pra isso. Significa isso.

Abaixo está uma foto que ilustra muito bem as mensagens do texto que escrevi, tirada no dia 26/06/2012. Uma foto que simboliza esse espírito que só existe em bandas que ainda gostam de fazer apenas rock.

foto tirada por  Stella Cadurim Lopes. no baixo está ratão 


João Francisco Aguiar é um dos editores do âncora zine e desse blog. É professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.






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